Pólo São Gabriel

Blog destinado a disseminação de assuntos sobre o Esporte dos Reis na Terra dos Marechais

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Galopando para o futuro...

Tenho para mim que a evolução do esporte passa por diversos fatores. Dois deles são: o conhecimento dos mais experientes e o entusiasmo dos iniciantes. Os dois interagem fazendo com que ambos permaneçam em campo. Um no papel de instruir e incentivar, e o outro de renovar e manter vivo o esporte, e como conseqüência, os dois rumando à evolução.
                A 1 ano, aproximadamente, todas as entidades da FGP adotaram a formula do “2 gols” no intuito de acabar com o “profissional do ZERO gol” e fazer com que os novos jogadores travassem contato com jogadores experientes e buscassem a evolução como jogador.  Um grande passo para frente. Os torneios se tornaram mais competitivos, novos jogadores foram evoluindo, foi visto a necessidade de renovar o plantel dos animais, aumentou-se a velocidade do jogo, verificou-se a necessidade de conhecer o regulamento e muitas outras coisas boas vieram com essa medida.
                Recentemente surgiu a idéia de se acabar com o Handicap Regional. Então o assunto foi posto em discussão pela FGP. Como representante de entidade emiti minha posição de que simplesmente extinguir o regional estaríamos cometendo uma injustiça. O HC regional foi criado para escalonar o pólo entre jogadores do RS. A maioria dos organizadores utiliza o HC nacional para inscrições e o HC regional para o placar nos torneios de 2 gols. Isso ocorre porque o HC regional é mais justo na pratica. Basta analisarmos o resultado dos placares no Handicap. Raros são os que se distanciam 2 ou 3 gols. Mas a decisão entre manter o HC regional, extingui-lo ou unificar os dois requeria mais análises. Então todos os participantes emitiram suas opiniões e o Presidente da FGP resolveu manter o HC regional para que seja utilizado nos torneios até 2 gols nacionais.
                A adoção do torneio de 2 gols, como eu já disse, veio acompanhada de varias melhorias. Porém deixou de ser acompanhada nas organizações dos torneios para que evitássemos o surgimento do “profissional do 2 gols”.  Limitar o HC de jogadores para jogar os torneios de 2 gols pode parecer “nivelar por baixo”, porem quando se forma um time com jogadores que sozinhos definem o resultado do jogo a finalidade de substituir o ZERO GOL pelo 2 gols se extingue e as vantagens citadas acima também. Todos os esportes tem medidas de proteção contra isso: no judô não existem lutas de 60Kg contra 100Kg, no Futebol americano a NFL não joga contra o Futebol universitário e no nosso futebol poucas competições misturam times da serie A contra series B, C e D.  Assim como ainda são divididos por categorias Sub 20, Sub 17 e etc. Estas são medidas protetoras para que o esporte evolua. E eu encaro a categoria 2 gols desta forma. 
Mas por que dar tanta importância ao pólo desse nível?
Agora vem a resposta àqueles que pensam que tratar deste assunto é mediocridade. Infelizmente o pólo no RS dificilmente sobreviveria sem apoio do Exercito. Porto Alegre e Uruguaiana são as únicas cidades que dariam continuidade a esse esporte sem o apoio do EB (Exército Brasileiro). Que clubes, times ou entidades tem a capacidade de organizar os torneios no RS sem apoio do EB? Poucos! Portanto cultivar novos jogadores, em especial no interior garante a existência dos torneios no decorrer dos tempos. Sem novos militares apaixonados por esse esporte significa não haver pessoas para impulsionar o pólo nas gerações seguintes. Essa é uma visão de futuro. Somos amadores, jogamos porque gostamos. No RS não é o dinheiro que movimenta o pólo, pode até movimentar alguns profissionais da área, mas não sustenta a existência do esporte em todo Estado. Sem dúvida alcançar um nível profissional tem que ser o objetivo final, mas não se levanta um prédio sem os alicerces. Formar jogadores, fazer com que evoluam, organizar eventos de qualidade, garantir que eles continuem existindo e manter um planejamento a médio e longo prazo através da FGP  é a base para  alcançar um pólo de alto nível.  Para se fazer o complexo é necessário fazer bem feito o simples sem pular etapas, é assim que se ensina um cavalo e é assim que se chega um objetivo.
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